quarta-feira, setembro 27, 2006

O homem é um ser de necessidades

Ultimamente estou muítíssimo ocupada e exausta. O semestre da UFC será o mais difícil até agora...mas estou certa de que aprenderei muito, não necessariamente teorias, mas vou aprender um poquinho mais a ser gente.
Nesse momento estou estudando um pouco sobre trabalho e educação e fuçando na internet achei um texto bacana e resolvi colocar um trecho dele aqui.
" É no próprio homem que, em seu ato fundamental do trabalho, potencializa o caminho da humanização. Sabe-se que o trabalho é considerado, aqui, como ação transformadora das realidades, numa resposta aos desafios da natureza, relação dialética entre teoria e prática. Percebe-se que, pelo trabalho, o homem se auto-produz, alterando sua visão de mundo e de si mesmo: do mundo cultural-educativo, do mundo econômico, político, social, com perspectivas éticas e com direitos econômicos da humanização, como prática do capital global. Com o trabalho o homem se afirma e se nega. Aliena-se e liberta-se. Segundo Dermeval Saviani (1994), percebe-se que "a educação coincide com a própria existência humana (...) as origens da educação se confundem com as origens do próprio homem. À medida em que determinado ser natural se destaca da natureza e é obrigado, para existir, a produzir sua própria vida, é que ele se constitui propriamente enquanto homem (...) O ato de agir sobre a natureza, adaptado-a às necessidades humanas, é o que conhecemos pelo nome de trabalho. Por isto, podemos dizer que o trabalho define a essência humana. Portanto, o homem, para continuar existindo, precisa estar continuamente produzindo sua própria existência através do trabalho. Isto faz com que a vida do homem seja determinada pelo modo como ele produz sua existência".
Poderia passar horas aqui falando dos ultimos dias, que embora não tendo ocorrido grandes acontecimentos, estão cheios de coisas "úteis".
Creio que meu cérebro não acompanhará tal ritmo.
Seja o que Deus quiser!
Então não quis ficar muito tempo longe daqui, porque me faz bem escrever e saber que alguém poderá ler ...
=]

quinta-feira, setembro 21, 2006

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É muito ruim quando você descobre que não evoluiu, que parou no tempo e que tudo permanece do mesmo jeito, mesmo depois de tanto tempo. Em momentos assim tenho vontade de desabafar, mas não me encorajo, pois sei que ninguém vai agüentar ouvir tudo de novo. Por mais que tente ser racional não consigo evitar as sensações desagradáveis de tristeza e angustia.

Queria ter o poder de mudar isso, mas vejo que cada situação tem seu próprio ritmo, é a vida se impondo a mim, condicionando-me, como um animal que tem a liberdade roubada pelo seu instinto. Sinto que sou um ser estranho dentro de um universo que não é o meu, ou melhor, eu não sou dele. Sinto que tudo seria mais fácil se não fosse desse jeito e não sei porque não consigo aprender a lição. Por mais que a vida siga seu curso e eu ache que tenha algum controle, basta um simples momento para que tudo venha abaixo e eu me sinta só novamente.

As lágrimas já não são freqüentes, mas o choro ainda ta aqui dentro.
Que droga!
Eu só queria sumir por um instante.
E voltar nova, sem amarras, para que realmente chegasse longe, sem precisar voltar para a estaca zero!


segunda-feira, setembro 11, 2006

"Seres opacos precisam de qualquer coisa para se iludir"



Finalmente terminei a leitura do livro A cura de Schopenhauer. Tão sem emoção...nenhum gran finalle, nem nada. Trouxe uma intercalação de romance e de biografia do filósofo, mas nada muito conectado. Acho que realmente deve ser difícil escrever um romance envolvendo o Arthur. A história, a meu ver, não teve uma boa lógica de desenvolvimento e parece que o autor decidiu apressar-se no fim para acabar logo com aquele negócio!

Comprei um livro na Bienal, chamado “Eleanor Marx, filha de Karl”, que segundo a sinopse fala da historia de vida da filha de Karl Marx, Eleanor, que dos herdeiros de Karl, mais se aproximou do seu ideal social e político. Uma mulher “moderna” para o seu tempo, envolvida com o movimento operário e com um futuro intelectual muito promissor, aos 43 anos interrompeu sua vida ao suicidar-se por amor...A autora é Maria José Silveira, que “recompõe a dilacerada dimensão trágica desta frágil e delicada filha de um novo mundo – e do homem que o criou”.
Óia!
Já dei uma folheada, não pareceu excepcional, mas acho que será um bom passatempo!

As aulas começaram teoricamente hoje. O Marcos ainda está de férias, na última semana afinal! Então não irei à aula. Soube que o ajuste será amanhã, pelo Sofia mesmo...Que Deus me ajude! Isso tira a possibilidade da coordenação dar um jeitinho de ajudar os alunos, ou seja, se o sistema disser não, a coordenação vai ter respaldo para negar nosso pedido também! Devo manter a calma!
É meio triste saber que minha vida acadêmica será definida por um sisteminha de matrícula, que poderá ser favorável ou não a mim. No livro que li (A cura...), Arthur Schopenhauer afirma que a dor existe porque as pessoas ficam pensando que não deveriam estar sofrendo por algum motivo, ou que pelo menos poderiam ter evitado tal sofrimento. Para ele não haveria dor se as pessoas simplesmente entendessem que viver é sofrer e que o sofrimento é o default.
Será mesmo???

Como toda segunda, em geral me sinto indisposta e com mais sono que o habitual. Não vejo a hora dessa semana acabar...embora as aulas tenham começado, é mais tranqüilo ir a aula do que trabalhar manhã, tarde e noite! E também sonho com minhas férias que só virão no próximo ano, a não ser que seja demitida. E sendo assim, prefiro esperar até janeiro mesmo!

O Skank lançou um novo CD, Carrossel, mas ainda não tive oportunidade de ouvir. Lembro do ultimo inédito que lançaram...Cosmotrom...em 2003...saudades. Ainda considero 2003 um ano muito especial pra mim, por muitos motivos. E pensar nele faz meu coração bater mais forte! Ah, saudade é assim mesmo!


Despeço-me com Fernando Catatau:

“Hoje eu estou meio opaco e seres opacos precisam de qualquer coisa para se iludir”

;-)

sexta-feira, setembro 08, 2006

Independência ou Morte? Depende da independência e depende da morte...

Ontem foi feriado né?

7 de setembro...nada representativo para mim, a não ser o fato de não ir trabalhar.
Lembro que no tempo da escola tinha o tal desfile e nós, pobres criança, tínhamos que ir, em pleno feriado, andar no meio do sol...posso comprovar minha grande insatisfação nas fotos que tenho em casa, uma cada de poucos amigos... Na escola onde eu estudava - que era super tradicionalista - não adiantava inventar doença ou coisa parecida para faltar ao desfile, senão éramos punidos com ponto negativo!
Vocês nem imaginam o quanto esse tipo de método punitivo é recriminado nos discursos da faculdade...mas no final muitos de nós apenas reproduzimos o modo como fomos ensinados.

Havia me inscrito num Encontro/ Congresso Internacional (Só porque tinha um cara da França) sobre Trabalho e Educação. Nem tava lembrando e acabei desistindo de ir, pois só poderia assistir a uma palestra apenas, no feriado, porque sexta e sábado vou trabalhar. Na verdade não me sento motivada nem interessada em participar do encontro, afinal não representa o foco de pesquisa que me interessa. Mas afinal, qual é o meu foco mesmo?
Ainda to na fase, não sei do que gosto, mas sei do que não gosto....[grande coisa, isso qualquer criança sabe...]


Fomos ao Noise 3D ontem para prestigiar o Migu Pdru “Abacate” que seria o DJ da noite, e claro ia rolar muito LH, além de outras pérolas...Antes, marquei com a Michelle no bixiga, éramos Eu, Nego e Grazi. Tomei um daqueles chops de vinho e já foi me dando uma tontura. Oura, mas uma criatura como eu que não bebe nada alcoólico, fica tonta te com o cheiro né?! Entrei quase meia noite e saí de lá uma hora depois...
Pois é, passei pouquíssimo tempo, porque tinha que estar cedinho na Caixa e o Robertson também tinha treinamento cedo. A noite tinha tudo para ser super agradável, mas a preocupação com o tempo estragou.
Acho que eu excesso de gordura abdominal ta passando do limite, ontem quase não encontro uma roupa que disfarçasse meu buxo...estou mais do que nunca precisando rever minha alimentação e principalmente tentar me exercitar fisicamente. Não é só vaidade não, vida sedentária é um chama pra doença e eu detesto hospital! Nossas caminhadas no calçadão tem sido ótimas, mas as aulas começam segunda e não haverá um horário disponível para fazê-las...num sei, vamos reavaliar!
E por falar em aulas, nenhuma notícia da UFC ainda...nem quero pensar no pior...continuo esperando pelo ajuste!

Tinha preparado um post antes desse, mas não sei bem porque não tive vontade de posta-lo, era só umas letras de música e um comentário sobre umas lembranças que tive...

Ah, na quarta-feira meu ex-chef me ligou para me pedir para fazer uns relatórios extras...fiquei contente por que me sentirei mais útil na equipe de lá.

Até!
:-)

segunda-feira, setembro 04, 2006

O vazio é insuportável

Por que eu sempre confundo a Márcia Tiburi com a Marilena Chaui?

Ontem assistindo ao Café Filosófico lá estava ela, sempre poderosa Márcia Tiburi...enquanto falava elegantemente fiquei imaginando o tempo todo por que o Paulo Ghiraldelli implica tanto com ela. Mas depois me toquei que ele implica é com a Marilena Chaui!!!

Bem, a Márcia se garante...fala muito bem, de forma muito clara, organizada e objetiva. Pensei que ela é o tipo da mulher difícil de ser conquistada por um homem por causa da inteligência e do sentimento feminista que ela demonstra ter.

O tema era: O Mito do Sexo.
Peguei o bonde andando, no momento em que ela conceituava mito e afirmava que a filosofia era uma negação do mito, já que para a filosofia o mito é a ausência de lógica, uma “narrativa explicativa de alguma coisa” que não se sabe, que foge totalmente da racionalidade. Depois que ela descreveu o mito atribuindo-lhe caráter menos importante, a psicanalista que a acompanhava na palestra deu logo um pulo e pediu a palavra para defender a importância do mito aos olhos da psicologia. Disse que o MITO tem um valor importante porque funciona como uma expressão da subjetividade do indivíduo ou dos grupos sociais.

Márcia afirma que sexo é mito, mas eu não entendi bem que dimensão do sexo estava sendo tratada... enfim prosseguiu falando sobre o sexo feminino e como este sempre teve seus direitos de expressão usurpados e sofreu severas repressões ao longo da história.E para justificar isso existiam as mais bizarras explicações, como a dos pré-socráticos (eu acho) que consideravam que o útero da mulher era um ser que a dominava e que quando não cumpria sua missão, ou seja, a fecundação, frustrava-se, castigando a mulher através de implicações nos seus demais órgãos. Assim diziam que por isso a mulher não tinha a capacidade de exercer atividades mentais, em outras palavras o pensamento. Daí só os homens poderiam viver da retórica, da contemplação e da vida pública da polis. Às mulheres caberiam os serviços domésticos e, claro, a função reprodutiva.

Afff!!!

Também falou de Schopenhauer e Kant e como eles compartilhavam desse pensamento machista. Schopenhauer, coitado, nunca obteve êxito com mulher nenhuma, sua intimidade era apenas com o papel e mesmo com o reconhecimento de ser conhecedor da natureza humana, foi sempre só, mesmo que por opção. Mas qual é a opção de alguém que não é querido sequer pela mãe pelo seu jeito rude e individualista de ser?

Segundo Márcia, Kant em sua busca pelo ideal de humanidade afirmou que as mulheres são o “belo sexo”, mas que não possuem capacidades intelectuais, a elas cabe o exercício do belo. Nesse contexto, a filósofa disse que o feminismo é uma defesa de direitos humanos e não restritamente femininos.

“A aparência é reducional à essência”, a partir dessa frase de Márcia, a psicóloga falou algo super interessante sobre a aparência e os estereótipos. Ela disse que nas clínicas, freqüentemente as pessoas reclamam por que não obtêm o reconhecimento individual e sim um reconhecimento padronizado, porque de alguma forma essas pessoas são identificadas dentro de um padrão, “coisificando” o ser individual e reduzindo suas capacidades.

Márcia falou que o grande diferencial de Freud, embora fortemente criticado pelo falocentrismo, foi a revolução que ele fez na comunicação, pois em suas experiências que deram origem à psicanálise, Freud fazia algo incomum para a época, ele simplesmente ouvia as mulheres e identificava no discurso delas uma forma de saber. Eram as histéricas, que falavam com o corpo, já que não tinham voz social. As mulheres que sofriam de histeria e que apresentavam reações fisiológicas como contorções de seus corpos e comportamentos agressivos, estavam nada menos que tentando expressar-se numa sociedade que tapava os ouvidos para o que tinham a dizer.

A crítica a Freud ainda é forte no sentido que ele masculinizou a teoria psicanalista e de certa forma restringiu suas explicações no sexo. A psicóloga tentou esclarecer que a sexualidade de Freud tem um sentido mais amplo. Márcia disse que o falo é o nosso vazio e que o vazio é insuportável, daí a necessidade do mito sexo, para tapar esse buraco.O sexo como satisfação imediata dos impulsos e também como forma de dar sentido e de nos descobrir.

No final a Márcia falou sobre a desconstrução e desmoralização pelas quais o sexo está passando ultimamente,no sentido de não ser mais algo pérfido e também pela pluralidade de identidades sexuais que existem hoje. Homem e Mulher são conceitos cada vez mais esquecidos e a tendência é que não exista a necessidade de se definir como tal, apenas ser.

Mudei de canal para ver o Aprendiz e acabei esquecendo de voltar pro canal 5.

Essa frase da Márcia dizendo que “o vazio é insuportável” me tocou, por que meu dia de domingo foi assim. Dormi o máximo que pude mas ainda assim senti esse tal vazio. A dor de cabeça foi inevitável, mas acho que a explicação está no conflito que minha irmã provavelmente está vivendo e eu não consegui assimilar ainda e me irritei profundamente. Engraçado, não estou conseguindo sequer falar com ela. Sinto uma grande raiva e ao mesmo tempo vontade de me aproximar. Não sei quando isso vai passar, mas está muito incômodo. Acho que ela vai precisar errar e sofrer um pouco para aprender certas coisas.

Ah, quero nem mais falar nisso que já me dá uma tristeza...coisas de família!

Depois apareço.