sábado, outubro 18, 2008

Meu mundo e nada mais

Meu Mundo e Nada Mais
Composição: Guilherme Arantes

Quando eu fui ferido
Vi tudo mudar
Das verdades que eu sabia...
Só sobraram restos
Que eu não esqueci
Toda aquela paz que eu tinha...
Eu que tinha tudo hoje estou mudo estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo de esquecer...
Eu queria tanto estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo e nada mais...
Então...
Eu tinha prometido pra mim mesma que só postaria novamente quando tivesse um novo template. Mas aí como não tive tal competencia ainda e nem mesmo tempo decidi que estava mais do que na hora de retomar os posts, afinal muita coisa mudou nesses últimos 5 meses.

Há 5 meses eu mudei de casa, não moro mais com meus pais. E nisso me adaptei muito facilmente. Já tenho a impressão de que não saberia viver de outra forma. Tá muito legal! Até aprendi a cozinhar e de vez em quando me surpreendo positivamente com minhas invenções gastronômicas. A vida a dois é muito boa. Quando vc não ta muito a fim de papo, vai pra outro cômodo, pega um livro, um fone de ouvido ou dorme.

Morar em apartamento é massa. Pelo menos no meu. O silencio às vezes reina absoluto e de manhã faz frio. Descobri que sou bem menos organizada do que achava que poderia ser e que um anticoncepcional moderno não te livra dos efeitos colaterais. Aprendi que frutas não duram muito, mesmo que na geladeira e que ser acordada com um abraço é revigorante. Achar a toalha pendurada molhada no trinco da porta não é legal assim como passar as blusas de trabalho do Robertson, mas nada disso tira o brilho de estar bem pertinho de quem você ama. Homens são bem mais frios e o Robertosn é mais ainda. Ele está gostando ainda mais de estar em casa e eu também. Mas isso ainda é pauta nos nossos momentos de DR. Aos domingos é estritamente necessário ir à casa da minha mãe, senão tenho a sensação de que falta alguma coisa. Por outro lado, os fins de semana são muito curtos para eu tentar fazer todas as receitas que li na internet ou limpar a casa de um jeito que fique muuuito limpa. Às vezes dá vontade de fazer nada. O Robertson faz a limpeza do jeito dele a qual considero paliativa.

Nesse período recebemos algumas visitas, mas não todas. Falta também montar a sala. E não é tão fácil quanto parece. Já pesquisamos um bocado, porém ainda falta o insight de como será nosso estilo. O Robertson também mudou no emprego, concomitantemente ao casamento. E por ultimo trabalha um terceiro expediente com projetos particulares, dele e do Felipe. Fomos à casa dos pais dele em julho e também passamos um fim de semana em Guaramiranga. Depois de Gramado, Canela e Cia, Guaramiranga é só uma cidade legal que faz fio à noite. Tem sua beleza, claro. Mas fica muito atrás. Recebi o álbum do casamento, mas nada da filmagem. Tô com medo de perguntar pro fotógrafo e descobrir que deu algum problema sério na minha filmagem.

Mas o fato é que não fui contemplada apenas com mudança de endereço. Mudei também de trabalho (não de empresa). No final de maio meu chefe me consultou sobre a possibilidade de eu ocupar outro cargo. Aceitei tão prontamente que depois fiquei meio arrependida. Mas no fundo eu queria já há algum tempo mudar aquela rotina. Mas com o passar dos dias e na fase de transição em que eu fiquei nos dois ambientes fui percebendo que a rotina gera uma tranqüilidade sem igual. É claro que traz inquietude também, que eu sentia muitas vezes. Mas só ali pude ver que inquietude é facilmente contornável, mas lidar com a insegurança da mudança “radical” é sofrido.

Sofrimento mesmo. Noites muito mal dormidas. Apetite zero. Tremores. Três quilos a menos. Medo. Pavor. Curiosidade. Confrontação. Superação. Traumas. Fantasmas. Ego. Auto estima. Emoção em primeiro plano. Mais medo. Vontade de vencer. Vontade de desistir. Saber o que quero. O que não quero. Vontade de pertencer. Vontade de excluir. Não participar. Ser convidada. Reconhecida. Conhecida. Anonimato. Era o que eu tinha. E o que mais queria naqueles dias.

Agora faço outras atividades e tenho uma rotina infinitamente mais agitada. Acordo cedo todo dia. Tenho horário pra almoçar. Mas pra sair não é tão fácil. Eu realmente achei que me adaptaria melhor às mudanças. Mas o que vi foi uma menina assustada, medrosa mesmo, covarde. Sem saber o que dizer ou pensar. Eu sentia vergonha de não ser diferente. E já nem sabia que identidade carregar. Antes era mais fácil. Lidar com expectativas não é. Hostilidade. No fundo eu queria ser capaz de mostrar uma Patrícia madura, adulta, segura, capaz. Foi e ainda é difícil.
Não há dúvida nenhuma de que tudo isso tem sido importante e está me proporcionando momentos de intenso aprendizado principalmente sobre mim mesma. O autoconhecimento e a atuo aceitação são tão importantes quanto o diploma da pós-graduação. No final das contas é você que está lá. Apenas você com seus anseios. Você.