quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Eu quero voltar. Eu juro que quero.

Eu queria ter escrito um post de fim de ano. Tipo aqueles balanços que a gente costuma fazer. Afinal, é bom registrar o que se aprendeu nos últimos meses ou ainda as desilusões, decepções e sonhos não realizados, tentativas frustradas de qualquer coisa. Vixe comecei pessimista heim?

Mas não quero dizer que 2009 foi ruim. Não, não. Ao contrário. O primeiro semestre foi pacato ficando de lembrança nossa viagem a São Paulo. No meio do ano voltei a estudar, na Unifor e na UFC. Foi bom, apesar de não ter me empenhado satisfatoriamente.

Musicalmente foi um semestre efervescente! Eu ouvi muito: Kassim+2, Moreno+2, Domenico+2, Ludov – Caligrafia, Arnaldo Antunes – Ieieie, Cidadao Instigado – Uhuuu, Ney Matogrosso – Inclassificáveis e Beijo Bandido (descobri aos 27 anos que o Ney é “O Artista”), Adriana Partimpim – Dois (Não superou o primeiro. Destaque para as musicas “Alexandre” e “Na Massa”). Outros CD marcantes que eu já ouvia ainda em 2008 foram os dois da Roberta Sá (Braseiro e Belo estranho dia de amanhã), Little Joy e Ney+Pedro Luis e a parede com Vagabundo.

Ah, foi um semestre cheio de emoção também. É engraçado como sentimentos passionais tendem a justificar as mais diversas ações. Tudo é visto numa lente diferente. As situações mais inusitadas são permitidas, tudo passa a ter um sentido especial e mágico! Quando a euforia passa fica muito aprendizado, experiência de autoconhecimento.

Ah, em 2009 tive um ensaio de uma vida longe do sedentarismo. É incrivelmente diferente e melhor. Freqüentei por poucos meses a academia na hora do almoço e me aventurei nas corridas de rua. Muito bom! Infelizmente, meu joelho não agüentou o ritmo e pediu atenção. Próxima semana devo voltar ao médico para o laudo final. Queria mesmo era jogar vôley e continuar com as corridas. Eu não gosto de academia. Ainda mais na correria que é meu horário de almoço. Mas o fato de ter parado as atividades me fez voltar ao estado de preguiça total e aquele sono irritante e depressivo. Descobri também que viver sem anticoncepcional é a melhor opção. Mas infelizmente essa inda não é a minha escolha. Voltei pro Yaz e ele continua me deixando tensa. Pretendo mudar em breve.

Hoje não estou inspirada. Só não quis perder o login sem postar algo mais atual.

Mas eu preciso voltar. Sinto falta de mim escrevendo aqui.

Incômodo

Só pra registrar que eu escrevi esse post em DEZ de 2009.
Será que esse blog ainda sobrevive?

Existe um incômodo.

O que pode “definir” uma pessoa? É o que há em seu coração? São suas boas ou más intenções? De que valem as intenções que ficam apenas no campo das idéias? É justo julgar negativamente alguém que não tem a coragem suficiente de pôr em prática suas excelentes intenções? Isso a torna ruim?

Uma pessoa é o que ela mostra, faz e diz? É o que está em sua mente, o que ela pensa? É o que ela é pra ela mesma? Ou como os outros a vêem? A pessoa tem que ser uma coisa só?

Eu gosto de passear entre as pessoas, conhecê-las, imitá-las, aprender com elas (o bom e o ruim), comparar-me. Eu entendo meus limites quando vejo até onde as pessoas podem ir. Acho que nos reconhecemos quando estamos frente ao outro. É nessa hora que conseguimos dizer, pelo menos, o que não somos. E arriscamos em bater no peito de dizer o que somos. Mas se você transita em muitos grupos, mundos diferentes, gostos, vontades e crenças distintas, é capaz de sentir-se perdido. E ao buscar um ponto em comum e você percebe que pode ser bem contraditória. Isso gera um incômodo. Afinal, há pouco tempo muitas convicções eram sólidas, muitas estratégias eram tradicionalmente certeiras e estava tudo indo muito bem.

Antes esses momentos costumavam ser muito difíceis. Hoje é mais fácil recolher-me, fingir e pensar que não devo explicações a ninguém. Porém quando a explicação é cobrada dentro de mim, gera um incômodo.

Acho que nem tão cedo encontrarei essas respostas. O melhor é ficar quieta, esperar esse incômodo passar e seguir em frente.