Existe um incômodo.
O que pode “definir” uma pessoa? É o que há em seu coração? São suas boas ou más intenções? De que valem as intenções que ficam apenas no campo das idéias? É justo julgar negativamente alguém que não tem a coragem suficiente de pôr em prática suas excelentes intenções? Isso a torna ruim?
Uma pessoa é o que ela mostra, faz e diz? É o que está em sua mente, o que ela pensa? É o que ela é pra ela mesma? Ou como os outros a vêem? A pessoa tem que ser uma coisa só?
Eu gosto de passear entre as pessoas, conhecê-las, imitá-las, aprender com elas (o bom e o ruim), comparar-me. Eu entendo meus limites quando vejo até onde as pessoas podem ir. Acho que nos reconhecemos quando estamos frente ao outro. É nessa hora que conseguimos dizer, pelo menos, o que não somos. E arriscamos em bater no peito de dizer o que somos. Mas se você transita em muitos grupos, mundos diferentes, gostos, vontades e crenças distintas, é capaz de sentir-se perdido. E ao buscar um ponto em comum e você percebe que pode ser bem contraditória. Isso gera um incômodo. Afinal, há pouco tempo muitas convicções eram sólidas, muitas estratégias eram tradicionalmente certeiras e estava tudo indo muito bem.
Antes esses momentos costumavam ser muito difíceis. Hoje é mais fácil recolher-me, fingir e pensar que não devo explicações a ninguém. Porém quando a explicação é cobrada dentro de mim, gera um incômodo.
Acho que nem tão cedo encontrarei essas respostas. O melhor é ficar quieta, esperar esse incômodo passar e seguir em frente.
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