Saudade do tempo que as teorias me inspiravam, quando eu parava para pensar sobre as “coisas” do mundo, da sociedade, dos homens. Quando eu sentava na cadeira da faculdade e meus olhos brilhavam ao pensar que eu ia mudar o mundo. Quando tudo o que eu pensava era um jeito de acabar com o capitalismo a começar por mim mesma, querendo deixar a vida burguesa de lado...
Engraçado, eu me sentia culpada por não fazer tudo pelo bem da humanidade, me sentia mal em ter que passar 8 horas do meu dia dedicados a alguns poucos homens que enriqueceriam em cima do sufoco dos outros. Sentia-me mal quando entrava num shopping e tinha vontade de comprar, embora nunca o fizesse.
Sonhava com Marx, Foucault, Nietzsche, Rousseau, Paulo Freire, etc...
Bastava-me a simples arte de contemplar a realidade e me juntar com meia dúzia de amigos, que em geral não ligavam a mínima para a crise do capital, e falar sobre tudo o que eu havia aprendido na ultima semana sobre como ser mais humana, sobre como mudar a realidade, mesmo que devagar...
É muito prazeroso e ao mesmo tempo sofrido viver a utopia de dias melhores. É bom sentir-se capaz de fazer a diferença. É também triste perceber que isso tudo se perdeu em parte. Obviamente não quero dizer que sou amante da modernidade e do sistema econômico mundial. Infelizmente (ou felizmente, ainda não sei) estou vivendo um momento bem egocêntrico, estou pensando nos meus projetos pessoais, o que não significa que um momento exclua completamente o outro. Também estou tentando entender um pouco mais sobre Deus, sobre a espiritualidade, sobre as práticas religiosas e sobre a fé.
Um dia eu chego lá!
Ah, saudade da Parafusa também:
"É, se fosse fácil assim
Pra mim
Não sei porque se é assim
Mas é, mas é..."
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